As grades da prisão erguem-se altivas
Feitas só de memórias, todas vivas
Todas inda a sangrar, frescas, cruentas
Vã doçura materna que te ausentas
Em sombras de carícias fugitivas
Vil paterna amargura, tu reavivas
A agonia dos dias que atormentas
Uma onda de razão viesse, breve
Lavar minhas nemórias, uma a uma
Livrar-me da prisão do sentimento
Onda que tudo lave e tudo leve
E deixe atrás de si, na branca espuma
Um rasto só de paz, de esquecimento

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