quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A solidão e a liberdade...

A solidão de não poder amar
De não poder ser amado.
A liberdade de não querer amar,
Impossibilidade da existência.
E sou o campo de batalha...
De fora, vejo-me dentro
Apanhado em pleno combate.
Não posso escapar, fugir...
Quem vencerá?
Vença quem vencer...
Sei quem perde: eu
Esmagado até aos ossos em dor impossível










- Que rosa bonita e perfumada!
E o poeta disse:
Rosa, vermelha de sangue
Filha da água e da luz do sol
Filha da terra e do ar que te bafeja
Mãe do aroma que guardas
No teu útero de pétalas
Virgem púdica:
Só o tempo de desflora e te desfolha

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Se vida fosse


Trago sempre ocupado o pensamento
Por um poema que não sei dizer
Por certos versos que não sei verter
Em regras inspiradas plo Talento

Não são versos de ledo e grato alento
Também não são de Amor, por não o ter
Nem são rimas de ouvir, olhar ou ver
Talvez sejam de dor e de tormento

Não sei como começa tal soneto
Se é vida ou se é pensar ou se é sentir...
Não sei onde me leva tal canção

Sabe o lápis o que sente o coração?
Se não for a Morte, ela, que há-de vir
Ouse alguém dizer como o completo

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tocarei a pedra - Sophia












Tocarei o chão
Antes de ser folha de Outono
Porque não me saciei
Na opulência regurgitante
Da cor rubra, sanguínea
Dos frutos maduros
Tocarei o chão
Na tristeza outonal antecipada
Amada e bela
Cortado por raios de luz oblíqua
Intensa e cálida como nunca
E tão vítrea e gélida
Tocarei o chão
Desamparado
Porque não aprendi a dança do vento
Tocarei o chão
Porque não haverá o gesto ancestral
Cumprido pelas mãos nodosas e trémulas
De uma mulher vestida de chita usada
Sustendo as pontas de um avental
Para recolher no regaço
Os restos de uma vida
Tocarei o chão
Porque o chão é o lugar