sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

descensão oblíqua

Como folha outonal que se desprende
Levemente do ramo que a susteve
E se deixa levar p'la brisa leve
Até poisar no chão onde se rende

Como último raio que se acende
Nessa hora em que no Mar se desfaz breve
O Sol do céu amante que o conteve
E desfere um fulgor que não se entende

Assim me sei ou julgo querer saber-me
Em descida outonal antecipada
Em morte de poente fulgorante

Mas não há chão disposto a receber-me
Ou ventos que me levem de rajada
Nem me serve de tumba o Mar amante



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