Como é sedenta a terra dos desertos
Em vão rogando, ardente, aos céus abertos
Umas gotas de chuva, por unguentos
Famintos de ilusão, cegos de ventos
Nunca cheios de esp'ranças, sempre incertos
Em vão levando os olhos bem despertos
Raiados já de dor, quase sangrentos...
Em vão somos, em vão vamos buscando
Não há pão que sacie a nossa fome
Não nos matam a sede frescas águas
Como os ébrios, as taças despejando
Partilhemos a dor que nos consome
O líquido amargor das nossas mágoas

Sem comentários:
Enviar um comentário